A Sombra do Narcisista: Por que ele imita sua vítima?
- Getulio Tamid
- 9 de abr.
- 2 min de leitura

A pergunta que ecoa na mente de muitos que cruzaram o caminho de um narcisista é: qual a intenção por trás da imitação? Por que alguém que nutre ódio pode copiar tão meticulosamente atitudes, ideias e até a fala de sua vítima? A resposta, como muitas vezes acontece no labirinto da psique humana, não é simples.
A codependência, terreno fértil para a atuação do narcisista, leva a vítima a buscar uma lógica onde ela não existe. Há uma tentativa de encontrar um propósito, um significado, onde reina o caos emocional. Essa busca por sentido remete à nossa própria existência, à eterna questão sobre o sentido da vida, a dicotomia entre o bem e o mal.
O narcisista, incapaz de reconhecer o valor intrínseco do outro, enxerga na vítima um espelho de qualidades que ele mesmo almeja. Ao invés de admirar e aprender, ele compete, imitando como forma de se apropriar dessas qualidades. A inveja, sentimento que corrói a alma narcisista, o impulsiona a essa apropriação, numa tentativa de se sentir superior.
A pessoa codependente, em sua essência empática, reluta em aceitar a maldade pura e simples. Ela busca justificativas, explicações, muitas vezes recorrendo a traumas e abusos sofridos pelo narcisista. No entanto, como observado por Carl Rogers, a crença na essência boa do ser humano encontra um limite intransponível diante do narcisismo perverso.
O narcisista, movido pela sede de poder, busca controlar e manipular. A imitação, nesse contexto, é uma ferramenta para minar a individualidade da vítima, para confundi-la e subjugá-la. Apenas quando se vê em uma posição de fragilidade, quando o poder lhe escapa, o narcisista busca tratamento, mas apenas como uma estratégia para recuperar o controle.
A codependência, como bem observado na transcrição, leva a vítima a buscar respostas em "páginas em branco", a tentar encontrar uma lógica onde não há. É preciso compreender que o narcisismo, em sua essência, desafia a lógica e a racionalidade.
A psicanálise freudiana, com seu foco nos mecanismos de defesa e nas pulsões inconscientes, nos ajuda a compreender a inveja e a competição como motores da imitação narcisista. A sombra junguiana, arquétipo que representa os aspectos obscuros da personalidade, nos convida a confrontar a maldade intrínseca do narcisismo, a aceitar a existência do mal como parte da condição humana.
O que podemos concluir: a importância do autoconhecimento e da libertação
Diante do narcisista, a vítima precisa trilhar o caminho do autoconhecimento, da libertação da codependência e do reconhecimento de sua própria individualidade. É preciso romper o ciclo de imitação e manipulação, resgatando a própria voz e a própria essência. Gostou do conteúdo? Compartilhe, comente!
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