Dissonância Cognitiva no Abuso Narcisista
- Getulio Tamid
- há 1 hora
- 3 min de leitura
A dissonância cognitiva é um conceito da psicologia social que descreve o desconforto mental que ocorre quando uma pessoa mantém crenças, valores ou atitudes contraditórias, ou quando suas ações entram em conflito com suas crenças. Este artigo explora a dissonância cognitiva, especialmente no contexto do abuso narcisista, com base em discussões e exemplos apresentados em um vídeo nosso que foi ao ar no dia 1 de Junho em nosso canal de YouTube sobre o tema.
O Conceito de Dissonância Cognitiva
A dissonância cognitiva, conforme a teoria de Léo Festinger, ocorre quando nossas crenças entram em choque com nossas ações. É uma "ideia simples e brutal" que tem muito a nos ensinar. Leon Festinger, um psicólogo americano nascido em 1919 e discípulo de Kurt Lewin, exemplifica a dissonância cognitiva com situações cotidianas.
Por exemplo, alguém que sabe que o cigarro faz mal à saúde, mas continua fumando, experimenta dissonância cognitiva. A pessoa tenta diminuir essa dissonância convencendo-se de que fumar relaxa ou que seu avô fumou e viveu muito. Outro exemplo é dever dinheiro à um irmão ou amigo, mas ainda se dar ao luxo de comprar um carro novo, justificando que a outra pessoa não se importa ou que o carro é mais importante no momento.
Dissonância Cognitiva e Abuso Narcisista
No contexto do abuso narcisista, a dissonância cognitiva se manifesta de forma complexa e danosa. Narcisistas são pessoas ambíguas, mentirosas e traiçoeiras. Eles manipulam suas vítimas para que acreditem em suas mentiras, mesmo diante de evidências claras do contrário. A vítima entra em dissonância cognitiva ao tentar conciliar a realidade com as narrativas distorcidas do narcisista.
Um exemplo marcante é a situação em que o narcisista cria um cenário público para humilhar a vítima, fazendo-a parecer "louca" ou "o cara mal da história". A vítima é impedida de reagir ou lutar contra a situação, seja por ameaça ou por estar condicionada a aceitar. Nesses casos, o cérebro da vítima usa a dissonância cognitiva como um recurso para não "enlouquecer", acreditando na história contada pelo agressor, mesmo que seja contraditória.
Consequências da Dissonância Cognitiva
A dissonância cognitiva em relacionamentos abusivos leva a vítima a aceitar a narrativa do narcisista, mesmo que isso signifique ir contra a própria percepção e os fatos. Isso cria uma "incongruência" onde a pessoa pensa uma coisa, sente outra e faz outra. A vítima pode acabar acreditando que o agressor agiu por um "bem maior" ou que seus abusos são apenas "detalhes".
A superação da dissonância cognitiva ocorre quando a vítima, em seu íntimo, reconhece que o comportamento do outro é "mau". É necessário que as ações correspondam às palavras para que haja credibilidade. A terapia pode ajudar a pessoa a validar seus sentimentos e a aceitar a realidade, permitindo-lhe sair do ciclo de abuso.
A Importância de Não Confiar Cegamente
É crucial aprender a não dar crédito a quem não se conhece ou não tem provas de suas ações. Narcisistas exploram a tendência das vítimas de "explicar tudo" e de serem "codependentes", transformando isso em um hábito automático. A manipulação se baseia em recompensas que "seduzem" a vítima a aceitar comportamentos prejudiciais.
Em suma, a dissonância cognitiva no abuso narcisista é um mecanismo de defesa que, embora proteja a vítima da realidade imediata, a mantém presa a um ciclo de negação e aceitação do abuso. A liberdade da dissonância cognitiva exige reconhecer a maldade do agressor e a recusa em aceitar suas justificativas.
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