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O Colapso Narcisista: Quando a Máscara Cai


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O tal “colapso narcisista” parece grandioso, mas na prática é quase sempre silencioso — um terremoto interno que ninguém vê, mas que o próprio narcisista sente como o fim do mundo. É o momento em que a fantasia dá pane, o roteiro quebra e ele precisa lidar exatamente com aquilo de que sempre fugiu: ele mesmo.

Vamos ao ponto.


1. O fim da fonte de energia

Quando as pessoas ao redor — parceiros, amigos, familiares, colegas — finalmente se cansam e vão embora, o narcisista perde sua principal moeda: atenção. Ele tenta substituir isso com migalhas online, curtidas, elogios rasos… mas nada preenche. É como tentar tapar um buraco com fumaça.


2. O encontro forçado com emoções negadas

Sem a plateia, sobra o palco vazio. E aí vem o impacto: todas as emoções que ele empurrou para o porão — vergonha, insegurança, sensação de fracasso — voltam como uma enchente. O narcisista, que sempre correu da própria dor, agora se afoga nela. Muita gente nessa fase escorrega para uma tristeza profunda, quase um desamparo, porque seus mecanismos de defesa já não seguram mais nada.


3. O desligamento total

Com a autoimagem despedaçada, o colapso é brutal. A pessoa se sente sem norte, sem forma, sem valor. É comum que ela simplesmente desconecte da realidade: se fecha, se afasta, evita contato. É um desligamento emocional para não encarar a verdade que sempre temeu.


4. A própria vida vira castigo

E aqui entra um ponto importante: não precisa desejar vingança. Não precisa devolver na mesma moeda. A própria dinâmica psíquica do narcisista faz o trabalho. A vida, implacável, vai cobrando sua conta. Eles sentem que algo está errado, mas geralmente não sabem — nem querem — aprender outras formas de existir. O ciclo se repete, a vergonha aumenta, o isolamento cresce.


5. O abandono inevitável

Relacionamentos com um narcisista giram em torno de controle, manipulação e esgotamento emocional. E ninguém aguenta isso para sempre. Em algum momento, as pessoas percebem o padrão, juntam suas forças e vão embora. O narcisista se vê sozinho novamente, sem afetos para extrair. E isso, para essa estrutura psíquica, dói mais do que admite.


Por que isso importa?

O colapso narcisista não é espetáculo — é uma falência emocional interna. E compreendê-lo ajuda a entender por que tantos relacionamentos com narcisistas seguem roteiros quase idênticos: muita intensidade no início, desgaste progressivo e um final sempre marcado por fuga, dor ou silêncio.

No fim das contas, o colapso revela algo que o narcisista tenta esconder o tempo todo: a fragilidade da sua própria construção de identidade.


 
 
 

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